quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

VIH/SIDA -- Uma nota recolhida da imprensa.

Diagnóstico precoce da sida é a grande aposta a fazer

Luta contra a discriminação é outra ajuda ao combate à propagação da doença,segundo médica de uma das maiores unidades hospitalares da grande Lisboa

Uma única relação sexual desprotegida foi suficiente para “Bernardo” ficar seropositivo. O jovem é seguido no Hospital Amadora - Sintra, onde decorre uma acção de sensibilização para pessoas como Amélia que acredita que o vírus é transmitido pelos beijos ou transpiração. Quatro a cinco novas infecções é o registo diário na unidade de doenças infecciosas do hospital, mas a médica Teresa Branco sublinha que estes são apenas os casos diagnosticados e muitas vezes quando a doença já se revelou.

A médica explica à Lusa que o hospital está numa zona “muito especial” pela população que serve e garante que a grande aposta tem de ser feita no diagnóstico precoce e na luta contra a discriminação.

A directora do serviço de Infecciologia do hospital, Célia Carvalho, disse que, apesar dos números terem estabilizado, surgem diariamente novos casos, principalmente de mulheres, muitas grávidas oriundas da Guiné-Bissau.

“Bernardos”de todas as idades estão a ser infectados, mesmo na faixa etária dos 60 anos, quando ainda se pensa que a Sida é doença de toxicodependentes e de homossexuais.

“Essas pessoas têm choques tremendos. Ainda é uma vergonha ter esta doença e encaram-na como um castigo e qualquer coisa de nojento”, disse.

Junto à banca de distribuição de folhetos e preservativos do hospital, Amélia diz já ter lido a informação e que a vai dar a um dos netos. O preservativo é que não o entrega, porque o neto “não precisa e tem uma boa mãe”.

Amélia indica que no “livro de medicina” que tem para “estudar” aprendeu que a transmissão do vírus acontece através “de tudo: relações, um beijo, um aperto de mão, transpiração”.

De imediato, uma das enfermeiras explicou-lhe que, afinal, as formas de transmissão são outras: sangue, relações sexuais e de mãe para filho, através da gravidez e amamentação.

O Amadora-Sintra atende hoje 700 mil pessoas, mais do dobro do previsto.

in Global, 19de Fevereiro 2009.

Comentários...

Sem comentários: